De há uns anos para cá parece que passou a ser moda, figuras de destaque nacional concorrerem nas autárquicas, sendo este quase um degrau obrigatório na ascensão política.
Não sei se será a melhor opção, não sei se será isso o melhor para as províncias do interior, que há custa da fama de uns entrarão pelas televisões dentro ou apenas pelas revistas mais rosas.
Na minha opinião o seu a seu dono, ou seja que entrem pelas televisões dentro mas pelo mérito que possam ter.
Há pouco tempo atrás, estive na Figueira da Foz. Era de noite, confesso que não me apercebi bem da obra de Santana, no entanto, perguntei a um amigo, que por motivos profissionais, aí reside há já alguns anos, o que achava da passagem do nosso actual PM pela cidade balnear.
Não sei se por convicções políticas diferentes, se por certezas profundas, esse meu amigo respondeu que fora as rotundas, tão amadas pelos nossos autarcas, e fora um ou outro esporádico acontecimento, Santana foi mais show do que prática.
Certo é que a Figueira apareceu de súbito no “mapa das celebridades”.
Mas fora as tarefas diárias, próprias de qualquer Câmara, a produção, pelos vistos deu só para os gastos e pouco se fez para incrementar a horta.
Segundo o
TomarOnline, jornal electrónico tomarense, o PS estaria a ponderar a hipótese de convidar Manuel Maria Carrilho para aceitar o desafio de concorrer à Câmara de Tomar nas próximas autárquicas.
Helena Roseta foi outro dos nomes falados, embora internamente não tenha recolhido os apoios necessários, sendo argumentado que “uma mulher em Tomar, não terá condições para ganhar a Câmara” (não sei porquê, mas bom, adiante!).
Portanto o senhor que se segue, no que toca à candidatura socialista, será Carrilho, caso este aceite o convite.
Carrilho que desde há uns anos tem demonstrado a sua “disponibilidade” (como gostam diplomaticamente os políticos de chamar ao desejo, à vontade) de concorrer por Lisboa, viu, decididamente, essa via cortada com a eleição de Sócrates como líder do partido, uma vez que este, é certo e sabido, não o irá apoiar, optando por nomes mais fortes como António Costa.
Resta a Carrilho optar pela estratégia Santanista: Brilhar à custa de uma província do interior, e depois, quem sabe catapultar-se das muralhas do Castelo dos Templários até ao Castelo de São Jorge.
Nisto de autárquicas, sou sincera, não olho muito a partidos, mas sim a pessoas. Gosto de votar no homem e não tanto na ideologia. Porque nas autarquias a ideologia, simplesmente, não se aplica. Nas autarquias é preciso trabalho de braços, é preciso garra, é preciso lidar com a pressão da população que está sempre “demasiado” próxima (e ainda bem) do Presidente, é preciso meter a mão na massa se for preciso, e é preciso, sobretudo, amar a terra que se está liderar, identificar-se com ela.
Se o único propósito de Carrilho for brilhar, depende então de onde ele quer retirar o brilho.
Se for da obra feita, que passará a ser anunciada nos jornais, será bom para todos nós.
Se for da
social life, que passará nas revistas cor-de-rosa , será mau para todos nós.
Não estou interessada em ver Carrilho sentado no braço de uma poltrona, emoldurando a sua Bábá e o seu bebé, com o Convento de Cristo como pano de fundo. Isso trará apenas curiosos a Tomar.
Estou mais interessada em vê-lo ao volante do seu automóvel presidencial a percorrer a IC3 ou a IC9 acabada, em direcção a Tomar. Isso trará investidores a Tomar.
Provavelmente, tudo não passa de um boato, mas quem não gosta de um bom mexerico?
E também há sempre a outra hipótese. A de que ele aceite o desafio e perca!