março 31, 2016

À procura do nirvana

Estou de frente para o computador. Olho a página branca e espero que a mesma se transforme num texto sincero, naquilo que efectivamente sinto, naquilo que penso, naquilo que sonho.
Quero nesta página branca expurgar os sentimentos, tentando depois relê-la com outra serenidade e decifrar o que me vai na alma. Não pensem que é fácil.
O mais difícil é sempre perceber o que nos vai na alma. Porque o que sentimos não é intrínseco ao nosso ser, é a soma, multiplicação e divisão dos factores extrínsecos que nos rodeiam. Se agora me sinto triste, dentro de momentos é possível que me sinta alegre, só porque algo ou alguém permitiu que isso acontecesse. Daí talvez se diga, e com razão, que a felicidade nada mais é que um acumular de momentos. Já tive muitos. Já me senti completa. Já me senti incompleta. E acredito que ninguém atinge o nirvana quando está na plenitude das suas faculdades. Talvez a solução seja a loucura!