junho 30, 2004

É HOJE


É hoje que terminamos a refeição!


Foram TAPAS para entrada.




BIFES para prato principal.




E hoje LARANJAS para sobremesa.




Esperemos que a selecção nos deixe tomar o digestivo, que tanto pode ser uma BECHEROVKA



ou um café SKETOS (sem açúcar, forte e amargo)




BOM APETITE!!

junho 29, 2004

Coitadinho...

Figo: «Se calhar, há pessoas que já não aguentam ver-me na selecção»

Eu não Figo, juro! Apoio-te a 100%.
E agora deixa-te lá de tretas e marca uns golaços contra a Holanda!



BLOGOPUB


Na passada quinta feira saiu mais uma edição do jornal regional O Templário, aqui do burgo.
Dado que o país se está a render aos blogues, também o jornal decidiu publicar um artigo sobre os ditos.
Foram contactados vários blogues feitos por tomarenses, incluíndo o meu (YESS), e foram colocadas várias questões sobre a blogosfera.
Assim, aproveitando a deixa, deixo aqui o link para mais dois blogues do meu concelho, que tenho todo o prazer em divulgar e linkar. ;)

Thomar ... de um thomarense, que já tinha linkado e que está agora com um novo look, para a nova estação

Coluna Vertebral ...de João M. Gonçalves, que já adicionei à lista de blogues (ali à direita), o qual conta já mais de um ano de existência. Parabéns, pela longevidade!

E para a semana há mais!

junho 28, 2004

EM RECONSTRUÇÃO


PROMETEMOS SER BREVES

Estes portugueses estão loucos!!!

Não há quem aguente tanta emoção em tão curto espaço de tempo.
Já não bastava o Euro para bombear os nossos corações em velocidades superiores ao normal, estamos agora com um impasse político capaz de nos fazer gritar: MAS HÁ POR AÍ ALGUÉM QUE EXPLIQUE O QUE SE ESTÁ A PASSAR????

Depois do fiasco das eleições europeias, e das ténues perspectivas de vir a ser eleito mais uma vez para o cargo que ainda ocupa, o peixe maior decide abandonar o charco e mudar-se para águas mais douradas. Será bom para Portugal: afirmam alguns.
Será? A instabilidade política nunca foi favorável ao bom curso da economia de um país.
Na minha opinião, é bom para ele. Boa jogada individualista!!! Abandona-se a equipa e é deixá-los entregues a um qualquer treinador de segunda escolha (se é que houve escolha).

O outro peixe, que queria ocupar o charco mais visível cá do burgo, vê agora a possibilidade de comandar todo o cardume.
O tubarão das contas fala em golpe de Estado, e as fanecas e carapaus, que povoam este rectângulo de lagos, lagoas e charcos, não reagem, não sabem sequer o que pensar.
O burgo assiste impávido...

Mas afinal que porra é esta?
Anda tudo a gozar com o pobre do povinho?

Depois de termos aguentado durante dois anos um Governo que não elegemos (PSD/CDS), vamos ter um Primeiro Ministro que não elegemos, vislumbrando já à partida a desarmonia que tal mudança faz no seio do próprio partido eleito?

Mas afinal onde está a Democracia que ganhámos?
Vivemos numa República das Bananas, como dizia o outro?

O Primeiro Ministro abandona o barco, e o povo não tem direito a pronunciar-se???


ELEIÇÕES JÁ!!!


junho 25, 2004

Estou sem palavras...


...para descrever a agonia e a euforia que senti ontem.
Eu e milhares de portugueses.

Acho que só ontem me apercebi de quão importante é preciso causas para nos sentirmos unidos, para sentirmos orgulho no nosso país, na nossa bandeira, no nosso hino.

Em Tomar, tal como no resto do país a euforia foi extasiante.
Eram milhares a festejar na rotunda da fonte, onde por hábito festejamos as vitórias. Nem eu me escapei ao banho.

Era vê-los cantar, dançar, gritar PORTUGAL!!

Se chegarmos a ir à final, acho que a fonte é definitavamente esvaziada.

Tomar em delírio, em êxtase.

Portugal no seu melhor!!

OBRIGADO!!!!




OBRIGADO!!!!




OBRIGADO!!!!




OBRIGADO!!!!




OBRIGADO!!!!




junho 24, 2004

BLOGOPUB


Quando iniciei as minhas visitas a alguns blogs portugueses, há coisa menos coisa de um ano atrás, era fã incondicional de um blog, que segui pela inteligência e mestria dos seus posts. Entretanto em Setembro do ano passado o autor anunciava a sua suspensão.
Foi com agradável surpresa que soube, entretanto, que o blog tinha renascido das cinzas e que tinha voltado à actividade.
Aliar a ciência ao quotidiano e aos problemas económicos e sociais que assombram o nosso país e o planeta é o lema deste blog brilhante, que aconselho aqueles que procuram um pouco mais do que a simplicidade.

A Formiga de Langton...Brilhante!!

O charme do Centro Histórico






Naquele tempo não passavam carros por estas ruas, não se viam fios eléctricos, nem fios telefónicos, não existiam antenas, parabólicas ou não, não se vislumbravam caixas de ar-condicionado, não existiam letreiros luminosos, as montras vendiam outros produtos e a sua estética tinha algo de laico.
Fruto do tempo e da modernidade, da evolução ou revolução tecnológica, o centro histórico de Tomar foi-se transformando, adaptando-se às épocas, aos movimentos, às modas.

Poderemos dizer que ainda bem que assim o é, que o conforto, a modernidade, também chegaram a Tomar. No entanto, para uma cidade que se quer, essencialmente, turística, para uma cidade onde alguns sectores económicos subsistem com muitas agruras e onde outros nem sequer existem, numa cidade que se quer atraente, algo tem de mudar.
Basta passearmos pela baixa da cidade, com um pouco mais de atenção, para a cada passeio nos depararmos com novas perspectivas, novas descobertas. Para o bem e para o mal.

O encanto único das janelas de “avental”, a maravilha das janelas de canto, os pormenores arquitectónicos de alguns palacetes, os beirados à portuguesa, as janelas olho de boi, o traçado sinuoso de algumas das ruas, o traçado majestoso de outras, a sua toponímia, a calçada de seixo rolado que cobre algumas das artérias, os paralelos de granito que cobrem outras, o comércio tradicional que as anima, os jardins que as refrescam, o rio que as banha, as igrejas que as povoam, a história que as atravessa.
O charme da cidade tem também muito a ver com o ambiente que esta transparece. Porém, a cidade decidiu pintar o cabelo, abandonar os cabelos brancos e lançar-se na estética fácil dos piores cirurgiões. A cara esticada, e o sorriso perpétuo nunca favoreceram ninguém.

Muito se tem feito para tentar devolver-lhe o seu rosto antigo, porém algumas cicatrizes das antigas operações ainda lá estão e algumas, diga-se de passagem, será difícil apagá-las.
Estou a falar por metáforas, tal como o carteiro de Pablo Neruda, mas o que pretendo é tentar fazer uma comparação que todos compreendam, expor-lhes as minhas apreensões sobre uma cidade que acima de tudo amo, e que sinto como minha.
Apesar dos esforços que têm sido feitos numa tentativa de se respeitarem os traçados antigos e tradicionais das habitações, existem ainda algumas onde tal não foi feito. Pinturas exteriores vermelhas, rosas, ou amarelas, não me parecem o mais adequado, no entanto, não vou aqui afirmar que seriam todas brancas, porque nem sequer tenho bases científicas para tal, mas se os nossos antepassados usavam a cal para pintar as paredes, será normal e óbvio pensar assim.

É vergonhoso olhar para os beirados e não os conseguir ver, tal é a profusão de cabos que os encobrem. Para quando redes de cabos subterrâneos (telefónicos, eléctricos, etc)?
É chocante ver janelas e portas de alumínios prateados, de linhas direitas, quando existem alumínios coloridos que imitam na perfeição as madeiras antigas.
Não sou sectária ao ponto de achar que os habitantes do centro histórico tenham de viver sem os confortos da modernidade em prol da preservação. Não sou radical ao ponto de achar que novos materiais não possam ser usados. Não defendo que se tenham que reconstruir as casas em tabique e que as janelas ou as placas tenham que ser em madeira. Dentro de sua casa cada um vive como quer ou como pode, contudo, por fora, no que nos é oferecido vislumbrar, terão que existir regras. E estas regras terão que partir da autarquia, começando por haver vontade e coragem de erradicar todas as intrusões visuais, por haver normas rígidas no que respeita a reconstruções.
Da parte da autarquia pretendemos ainda a manutenção dos pavimentos originais, a boa iluminação das artérias do centro histórico, condições suficientes capazes de dinamizar o comércio tradicional, animação de lazer e cultural constante e uma boa manutenção dos monumentos que coabitam com o casario.

Porque, para além de um centro histórico genuíno e homogéneo, queremos acima de tudo um centro histórico vivido, habitado, atractivo, com qualidade de vida, que chame até si não só os turistas, mas os próprios tomarenses, que aí queiram viver e conviver.

SóniaPP



Furto e Cª

Roubei esta ao Canzoada, porque acho que está o máximo:

Um Checo vai a um oftalmologista que lhe mostra um cartaz com as seguintes letras: "C Z W X N Q S T A C Z"
Pergunta-lhe:
- consegue ler?
"Ler?" responde o checo, "eu até conheço o gajo!"

LOL


junho 22, 2004

Dez reis de esperança (para Portugal)

Se não fosse esta certeza
que nem sei de onde me vem,
não comia, nem bebia,
nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos à boca
e viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanindade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue.



António Gedeão

junho 21, 2004

Dívida saldada!!


Finalmente, o moço pagou os hamburgueres!

OLÉ!!!!!!!!


Dos jogos mais emocionantes que vi até hoje.
Lutámos até ao último segundo.
Demos aos espanhóis um banho de futebol, de mestria.

Vá senhor Camacho, venha agora comentar, dizer que os portugueses não têm determinação, que não conseguem vencer sobre pressão. Venha cá, venha.

Olé, olé ! ! !

junho 20, 2004

Tudo a postos!


Já vesti a camisola
Já enfiei o boné
Já enrolei o cachecol com as cores nacionais.
A bandeira há muito que já estava hasteada.
Já roguei a praga da prache aos espanhóis.


Só espero, só peço, só rezo para que os nossos jogadores tenham vestido, eles também, a camisola.

junho 18, 2004

Tomar, "contemporânea"


Já há bastante tempo que não dedico um post a esta cidade que admiro, que amo e onde vivo.

Tomar é uma cidade cheia de encantos, repleta de história, que transpira frescura e respira tradição, e portanto poderia ser de estranhar que aqui tivesse nascido, há pouco mais de um mês, um Núcleo de Arte Contemporânea no Museu Municipal de Tomar, podendo mesmo pensar os menos informados, que tal arte nada tem a ver com a cidade. Porém de estranho nada tem, porque a cidade apesar da sua insularidade é uma cidade vivida, onde acontecem coisas e, por vezes, as mais inesperadas.

Exemplo disso é o Fringe, Festival Internacional de Dança Contemporânea, que começa neste mês de Junho e que aqui é realizado há cinco anos, sendo já uma referência a nível nacional e até internacional. Este Festival organizado por Fausto Matias, bailarino, coreógrafo e tomarense, começou por ser realizado em Tomar, numa tentativa de descentralizar esta forma de arte, e este ano, tal como no ano anterior irá realizar-se em várias cidades portuguesas, numa tentativa de alargar essa descentralização. Segundo as palavras de Fausto Matias (in Público), “o objectivo deste Festival é não só mostrar o que de melhor se faz em dança contemporânea e improvisação, mas também facilitar o acesso à cultura.”

Recomenda-se.

No que toca a outro tipo de arte, neste caso as artes plásticas, temos então o novo Núcleo de Arte Contemporânea, nascido graças à determinação de um outro ilustre tomarense, neste caso José-Augusto França, crítico e historiador de arte. Nascido no centro histórico de Tomar, mas que muito cedo se mudou para Lisboa, onde teve a oportunidade de conviver com artistas plásticos, entre os anos 40 e 80, e através dos quais reuniu a sua colecção.

Obras de Joaquim Rodrigo, António Pedro, Marcelino Vespeira, António Dacosta, Noronha da Costa, Fernando Lemos, Fernando de Azevedo, José de Guimarães, Vasco Costa e João Cutileiro estão agora à disposição de quem as queira admirar. A colecção, com mais de 50 nomes e cerca de 100 obras, é forte em obras surrealistas, visto que José-Augusto França esteve ligado ao Grupo Surrealista de Lisboa.
O crítico e historiador de arte já tinha doado ao Museu do Chiado seis pinturas e 53 desenhos e segundo ele existem ainda duas ou três obras que quer doar a este museu de Lisboa.

No entanto, numa tentativa de “arrumar a sua vida”, segundo palavras do próprio, e aos 81 anos de idade, decidiu, e bem, deixar à cidade onde nasceu um testemunho da sua vida e um contributo para a descentralização da cultura, procurada, também, por Fausto Matias, com o Fringe.

De louvar.


junho 17, 2004

junho 15, 2004

A cigarra e a formiga (versão actualizada)




Recebi este satírico texto por mail e não resisti a publicá-lo:

A formiga trabalha arduamente, debaixo de um calor arrasador, durante todo o Verão, construindo a sua casa e armazenando provisões e mantimentos para aguentar o Inverno. A cigarra pensa que a formiga é uma tola e ri, dança e brinca durante o Verão.
Chega o Inverno, e a enregelada cigarra convoca uma conferência de imprensa para denunciar a situação em que vive, pretendendo saber por que razão é permitido à formiga estar bem aquecida e alimentada enquanto outros sofrem com frio e fome.

RTP, SIC e TVI apresentam-se em força para transmitir imagens da pobre cigarra, completamente transfigurada pelo frio e pela fome, ao mesmo tempo que passam outras imagens da formiga na sua casa bem confortável e com a mesa cheia de boa comida. O país está chocado perante este contraste. Como é possível, nos dias que correm, uma pobre cigarra sofrer tanto? Durante dias não se fala de outra coisa.

O 1º Ministro, Durão Barroso, aparece num programa especial da RTP com um ar consternadíssimo, repetindo, vezes sem conta, que fará tudo o que está ao seu alcance para ajudar a pobre cigarra, a qual, como toda a gente deverá entender, está a ser vítima da má política dos anteriores governos do PS.

O Padre Melícias tem-se desenvolvido em esforços para angariar toda a ajuda possível, implementando um peditório, a nível nacional, para que a cigarra possa viver com alguma dignidade. Simultaneamente, a CGD abriu uma conta especial, onde qualquer pessoa pode efectuar um depósito, contribuindo, assim, para mais uma ajuda preciosa.

O secretário geral do PCP, Carlos Carvalhas, numa entrevista com a Manuela Moura Guedes, comenta que a formiga enriqueceu à custa da cigarra, resultado de uma gestão danosa do Governo Social Democrata, que sempre prejudicou os mais necessitados, e apela ao 1º Ministro para que seja criado um aumento significativo do IRS, através de um escalão especial, para fazer com que a formiga pague o valor justo em relação àquilo que ganhou.

Num movimento sem precedentes, Paulo Portas e o irmão Miguel Portas aparecem juntos, abraçados à cigarra, em todas as feiras e mercados.

Finalmente, foi criada uma Secretaria de Estado, dependente do Ministério das Finanças, e desenvolvido um programa chamado "Igualdade Económica e Acções Anti-Formiga", com efeitos ao princípio do Verão, o que obrigava a formiga a pagar os novos impostos com retroactivos. Como a formiga não estava preparada para pagar, a sua casa foi confiscada pelo Governo.

A firma de advogados do Vale e Azevedo, representando a cigarra, apresentou em tribunal um processo contra a formiga, por abuso e fuga aos impostos, tendo a formiga perdido a causa, sem qualquer hipótese de recurso. A formiga desaparece e ninguém mais lhe põe a vista em cima.

Em todos os canais da televisão, o Presidente da República Jorge Sampaio, com o seu entusiasmo habitual, anuncia que foi feita justiça e que uma nova era de integridade e equidade nasceu em Portugal.

A Lili Caneças, querendo tirar mais umas fotografias, organizou uma grande festa de beneficência, onde estiveram presentes todos os nomes conhecidos da política, artes, moda, teatro, cinema, música, desporto, etc. Com o dinheiro que ganhou de todos estes movimentos nacionais de solidariedade, bem como da venda de grande parte da comida da formiga, a cigarra vive dias com que nunca sonhou. Grandes festas, jantaradas, casinos, jogo, mais festas e mais jantaradas, oportunistas, más companhias, e o dinheiro desaparece depressa.

Entretanto, é noticiado em diversos orgãos da comunicação social internacional, o retumbante sucesso da formiga portuguesa num país desenvolvido, com reconhecimento, por parte desse país, pelos bons serviços e enormes mais-valias acrescentadas ao sector industrial e comercial.

A história acaba com as imagens da cigarra a comer o último bocadinho de comida que a formiga tinha armazenado, dentro da casa que agora pertence ao Governo, mas que, por falta de verba para proceder à sua manutenção, encontra-se completamente degradada.

A cigarra, entretanto, foi encontrada morta num beco, resultado de um incidente relacionado com drogas, e a casa, agora abandonada, é utilizada por um bando de delinquentes que vive aterrorizando o que, em tempos, era uma pacífica vizinhança.

Moral da história: Portugal no seu melhor!!



junho 14, 2004

Portugal desiludido


Eleições: falta de garra = 61% de abstenção

Euro2004: falta de garra = 2 - 1* para a Grécia


* No post inicial estava 2 - 0, o qual foi emendado graças ao coment atento de um anónimo. Imperdoável, esta minha gralha...mas a desilusão é tanta....

Como é que pude esquecer aquele golaço do nosso Cristiano?!

junho 11, 2004

Galeria de Junho - PABLO PICASSO (1881-1973)



Ninguém duvida que Picasso é o pintor mais importante do século XX, porém a obra de Picasso não ocuparia o lugar que ocupa se a todas as suas indubitáveis qualidades, não se juntasse o ter esvaziado o caminho que a pintura moderna vinha seguindo, pelo menos desde Manet e os impressionistas. O objectivo era encontrar um método de representação da realidade no quadro, coerente com a condição superficial do mesmo. Esse passo foi dado, precisamente, por Picasso.


Pablo Ruiz Picasso, nasceu em Málaga numa família vinculada à pintura. O pai, José Ruiz Blasco, ganhava a vida como professor de Desenho, primeiro em Málaga e depois na Corunha e em Barcelona.
Embora já na cidade galega tenha começado os seus estudos de Belas-Artes, foi em Barcelona, para onde a família se mudou em 1895, que completou a sua formação e iniciou a sua carreira de pintor.
Depressa se manifestou a excepcionalidade dos seus dotes artísticos, e a menção honorífica obtida por Ciência e Caridade, em 1897, parecia ssegurar-lhe um brilhante futuro como pintor académico.


Ciência e Caridade


Longe de seguir esse caminho Picasso integra-se na boémia barcelonesa de princípios de século. A capital catalã era então um centro artístico de grande vitalidade.
Picasso frequenta a cervejaria 4 Gats, onde conhece todos os artistas catalães dessa época.



Gravura do Bar 4Gats, em Barcelona


Em 1900 viaja pela primeira vez a Paris. Um ano depois faz a sua primeira exposição francesa e em 1904 instala-se no mítico Bateau-Lavoir de Montmartre, onde coabitou com outros grandes nomes da pintura.


Picasso no seu atelier de Bateau-Lavoir


Aqui viveu a primeira fase da sua obra, os chamados períodos azul e rosa, que se prolongam até 1906.

O interesse pela escultura ibérica e pelas máscaras africanas do Museu Trocadero indica uma nova evolução nas suas obras de 1906.
Nesse ano e no seguinte trabalha em As Meninas de Avinhão, ponto de partida para o cubismo.


As Meninas de Avinhão



A etapa de formação da linguagem cubista é quase uma história privada urdida em conjunto por Braque e Picasso. Só um grupo restrito de amigos, quase todos escritores, como Apollinaire, tiveram acesso a ela.

Os quadros de Picasso até 1909 continuam a ter uma clara preocupação com a forma, perfilando e regularizando os volumes.
Seguindo a lição de Cézanne, a pincelada ganha um valor, antes de tudo, construtivo, daí que Picasso renuncie aos contrastes de cor e os quadros tenham esse ar característico de herméticos tons cinzentos.


Menina com bandolim


Em 1912, a linguagem cubista já estava suficientemente madura para reproduzir a realidade mediante processos não naturalistas. O passo seguinte será dado ao incorporar um pedaço de vime numa pintura que representa uma natureza-morta. Nascem, assim, os papiers collés, primeira manifestação de collage, que admite a aplicação na tela de qualquer material estranho à pintura.
Este é outro contributo do cubismo para a arte moderna.
A pintura transforma-se num objecto, um elemento dotado de especificidade e autonomia.


Garrafa de "Vieux Marc"



Se o quadro admite diferentes materiais e texturas, pelas mesmas razões pode admitir o contraste de cor, assim, entre 1914 e 1921, os quadros de Picasso exibem uma rica paleta.
O cubismo encerra o seu ciclo e fica totalmente construído como linguagem artística de valor universal.

Depois da I Guerra Mundial, a cena artística parisiense, durante alguns anos regressa aos seus valores tradicionais, a que Picasso não é alheio. Assim, entre 1917 e 1923, alternando com os quadros cubistas, Picasso pratica um certo classicismo mediterrânico que recupera o seu antigo interesse pela forma em termos quase escultóricos. Nos finais da década de 20 e começos da década de 30, introduz elementos fantásticos nesse tipo de espaços pictóricos convencionais.


Banhista com bola de praia



Para os artistas espanhóis residentes em Paris, como Miró ou Picasso, as décadas de 30 e 40 são uma etapa de emoção contínua devido à guerra civil e à II Guerra Mundial. O apoio de Picasso à legitimidade republicana em Espanha aumenta a sensibilidade do pintor ao pulsar do seu tempo, que já mostrara de outras maneiras desde a sua juventude.
Os recursos do cubismo, como a sobreposição do rosto de frente e de perfil, são aproveitados agora com critério expressionista para evocar os monstros do horror bélico.
O eixo desta etapa é Guernica, pintado sob a emoção do bombardeamento devastador da pequena vila basca pela Legião Condor alemã.


Guernica



De entre a abundante produção picassiana do pós-guerra, duas séries de quadros ligadas entre si resultam especialmente significativas: Os Ateliers, de 1956 e As meninas, de 1957. Poucas vezes Picasso se entregou de forma tão concentrada ao puro prazer da pintura, demorando-se na vibração da cor sobre a tela.


Atelier de Cannes



Os últimos anos da vida e a obra de Picasso legaram à posteridade a ideia de uma vitalidade lendária, difícil de imaginar num homem que morreu com noventa e dois anos. A sua produção entre 1960 e 1973 é muito extensa e abrange todas as disciplinas, desde a gravura em linóleo e a água-forte até à pintura de cavalete e à escultura.
O denominador comum é a liberdade de execução e o liberalidade de géneros e maneiras.

O virtuosismo que acompanha Picasso desde os seus juvenis ensaios académicos, traduz-se agora numa autêntica celebração da pintura em si mesma.


Sites a consultar:

  • on-line Picasso Project

  • Artcyclopedia

  • Pablo Picasso: le site officiel

  • The Time 100

  • Picasso

  • junho 09, 2004

    Morte na Arena



    Parlamento Europeu




    Hesitei muito sobre a edição deste texto. Não sabia se deveria ou não falar aqui, no meu inofensivo blog, de política, embora já tenha aflorado o assunto em posts anteriores.
    Porém a morte estúpida, nua e crua, revolta-me sempre. E independentemente da cor política da pessoa que faleceu, tenho que me revoltar contra a ignomínia da morte.

    Morte, que neste caso não conseguimos dissociar da política, do jogo sujo, da troca de insultos, da vergonha que tem sido esta campanha eleitoral.
    Terá valido a pena?
    Os que ontem o criticaram hoje irão chorá-lo por certo, mas tudo isto é jogo, tudo isto é política. Os valores perdem-se na corrida ao voto.

    Quando pretendemos ouvir ideias, decidir o nosso voto, ouvimos deslustres, conspurcações.

    O povo não é estúpido ao contrário do que pensam muitos dos pseudo-políticos-intelectuais. O povo sabe o que quer. O povo quer saber o que lhe querem dar.

    Não estamos num jogo de bola onde o insulto ao árbitro é o mais barato. Onde as pobres progenitoras, que certamente não decidiram pela carreira do filho, são as mais insultadas.
    Aqui não estão em jogo pontos num campeonato. Aqui estão em jogo futuros, decisões que condicionarão a nossa própria vida.

    A tão proclamada abstenção, ganhará as eleições, certamente. Mas a culpa não será do povo ignorante, mas sim dos políticos sem causa, dos políticos cujos discursos não vão para além do ataque mesquinho às aptidões físicas dos que jogam na equipa contrária.
    Na falta de ideias, fazem-se críticas medíocres.

    Apesar de tudo, eu, dia 13 de Junho, irei votar, porque tenho consciência que só votando poderei dar a minha opinião. Só escolhendo poderei depois criticar.

    Espero que o trágico acontecimento desta manhã, sirva de volte face para esta campanha. Que a dignidade do momento, o decoro que se espera, sirva para acalmar as hostes e para termos, finalmente, uma campanha digna de Portugal e dos portugueses.





    junho 02, 2004

    GALERIA DE JUNHO


    Estará brevemente disponível neste blog a Galeria de Arte de Junho, dedicada a mais um grande pintor da História da Arte.

    Não perca!

    Eles andem aí...





    Parece que os verdadeiros, os extraterrestres, os alienígenas doutras galáxias, não os nossos com quem temos o prazer de privar todos os dias, andaram por aí a visitar-nos.
    Segundo esta notícia, foram vistos em diversas localidades do país.

    Encontrarão semelhanças no nosso país com o mundo deles?
    É que nós todos sabemos que temos um país do outro mundo...

    O circo continua...


    Continua o jogo de troca de ofensas entre as classes políticas.
    Como a bola estava do lado do PS, uma vez que lhe foi mandada pelo PSD, este rematou directo à baliza do PP, que por sua vez, agora a tem na mão e iremos ver para onde rematará.
    É o Euro antecipado.

    Parece-me é que o povo está farto deste jogo e está a precisar de programas mais abrangentes, mais culturais e educativos, começando talvez pelo princípio, ou seja, indicando-lhes o que é exactamente esse PE de que tanto se fala...ele há coisas...

    Quotas para homens? Bolas, como o mundo está mudado!


    Fiquei bastante apreensiva, ao ler esta notícia, hoje no Público.

    A luta pelos direitos da mulher tem sido uma constante desde meados do século passado, no entanto, agora que vamos ganhando terreno em certas áreas, começa a surgir a dúbia preocupação pela parte da classe masculina.

    De acordo com o que li no artigo, não me parecem os argumentos suficientes e válidos para que se criem quotas para travar a entrada de mulheres nos cursos de medicina.

    Parece-me sim que está instalado um mau estar na classe médica masculina, habituada a ser dominante, e que vê que o seu domínio irá ser ultrapassado pela classe feminina nos próximos anos.

    Pérolas do Bastonário da Ordem, no mesmo artigo:

    "O bastonário sabe que, "com o actual sistema de acesso aos cursos de Medicina, entram mais mulheres do que homens" nas faculdades. Para isso conta muito, em seu entender, o facto "de as estudantes terem mais juízo e estudarem mais do que os rapazes".

    E que modelo de acesso preferia Germano de Sousa? "Defendo que a nota de candidatura aos cursos de Medicina deve ser de 14 valores e que às notas deve juntar-se outro tipo de provas capazes de evitar que um aluno com notas excelentes e uma má formação geral possa ser um mau médico", esclarece.

    (...)

    "a maternidade afasta as mulheres do serviço e tira-lhes alguma da capacidade de doação à profissão".

    (...)

    Uma Medicina "cada vez mais no feminino", sobre a qual Germano de Sousa diz que é preciso "reflectir". "É necessário rever todo o sistema e é fundamental que o Ministério da Ciência e Ensino Superior, bem como o da Saúde, aceitem entrar na discussão", finaliza.


    Preocupações de um macho receoso...





    junho 01, 2004

    BLOGOPUB


    Não desligue, voltaremos dentro de minutos.

    É verdade, não resisti, continuo a vir aqui, a visitar os vizinhos.
    E hoje quero assinalar a presença na blogosfera de um refractário convicto. Um vizinho recente, que tem coisas interessantes para nos dizer.

    Até breve!