novembro 18, 2004

Quanto vale uma vida?




Ou será melhor perguntar, para que vale uma vida?

Segundo as notícias avançadas pela comunicação social, a Endemol, produtora televisiva conhecida sobretudo pelos reality shows que tem desenvolvido na Europa, prepara-se para avançar com um “Big Brother Vitalício”, no qual os concorrentes estarão sujeitos a passar o resto da sua vida num ambiente fictício, criado pela direcção do programa, repito, até ao fim dos seus dias. Provavelmente sem notícias do exterior, sem saberem o que se passa no Planeta Terra que os acolheu, com uma exposição permanente da sua vida privada.
Será que conseguem arranjar candidatos? Uma exposição permanente destas, não poderá levar à loucura?
E se arranjarem candidatos, qual a razão de ser dessas pessoas?

Pergunto-me a mim própria até que ponto não deveriam existir regulamentos para proibirem este tipo de barbaridades.
Sim porque se fumas és um atrasado, se passas um risco contínuo numa recta alentejana de 5 kms, sem carros à vista num raio de 1000 m, pagas uma multa, mas se estás interessado em enclausurar alguém, mesmo que seja de livre vontade, para tirares daí lucro, batem-te palmas, e provavelmente até recebes um prémio.

Qual será o maluco transtornado que estará disposto a viver, de livre vontade, o resto da sua vida enclausurado, sem privacidade, com o único objectivo de viver para as audiências e para uma hipotética popularidade da qual nunca vai usufruir.

Bom, não li o regulamento, mas penso que poderão desistir, ou poderão mesmo fazer trinta por uma linha para que o público os expulse, mas tirando estas duas hipóteses, o programa poderia chamar-se Alcatraz.

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