fevereiro 25, 2005

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Contam, que certa vez ao chegar a casa, o Dr. F. Louçã ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal.

Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar os seus patos de criação.

Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com os seus amados patos, gritou-lhe assim:

- Oh, bucéfalo anácroto! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa.

- Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência do que o vulgo denomina por nada.

E o ladrão, confuso, diz:

- Doutor, eu levo ou deixo os patos?

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