M: Mãaaae?
Eu: Diz.
M: Sabes quais são os animais mais antigos da terra?
S: Fiuuuu
Eu: (Não querendo fazer má figura) Diz tu.
S: Fiuuuu
M: A vaca e a zebra!
Eu: A vaca e a zebra??? Mas porquê?
S: Fiuuuu
M: Porque ainda são a preto e branco!
(risos)
S: Fiuuuu
S: Olha, mãe, já sei assobiar (ler com pronúncia de "sopinha de massa")
(risos)
setembro 29, 2006
setembro 21, 2006
Proporções temporais
Na semana passada aconteceu algo de extraordinário, que não me lembro de me ter acontecido antes. A escola que o meu filho frequenta foi a escola que frequentei há 30 anos atrás.
Este ano a turma do meu filho mudou para o primeiro andar do bloco, precisamente para a sala onde eu há 30 anos aprendi o abecedário e a tabuada.
Ao entrar naquela sala pela primeira vez, depois destes anos todos de interrupção, tive uma sensação excepcional.
Outras pessoas já terão experimentado algo semelhante, mas para mim foi uma estreia, e que estreia!
Fiquei colada ao chão, quase sem poder andar quando me apercebi que aquela sala, que tantas vezes recordo em episódios de infância aí acontecidos, é na realidade minúscula, quando durante todos estes anos a imaginei com as minhas proporções de criança. Imaginei-a grande, enorme, provavelmente como o meu filho agora a vê.
Tudo o resto vai evoluindo, envelhecendo. As proporções não, ficam ali imparáveis, na sua visão de infância, quando se fazem cortes temporais. E o mais curioso desta experiência, é que mesmo agora ao escrever este texto, sobre a dita sala, continuo a imaginá-la enorme, não consigo associar as recordações a outras proporções que não aquelas que já tinha aqui armazenadas no cantinho do cérebro que diz infância.
Tudo o resto vai evoluindo, envelhecendo. As proporções não, ficam ali imparáveis, na sua visão de infância, quando se fazem cortes temporais. E o mais curioso desta experiência, é que mesmo agora ao escrever este texto, sobre a dita sala, continuo a imaginá-la enorme, não consigo associar as recordações a outras proporções que não aquelas que já tinha aqui armazenadas no cantinho do cérebro que diz infância.
Trinta anos de hábitos são difíceis de mudar.
setembro 18, 2006
Arroz de tamboril
Ontem, enquanto fazia o jantar, arroz de tamboril tal como o título do post indica, e uma das minhas especialidades, diga-se de passagem, pensava no novo Sol. Não me perguntem porque é que o peixe me fez lembrar o jornal, mas talvez tenha a ver com os antigos tempos em que as peixeiras utilizavam esse material para embrulhar o produto.
Adiante! Pensava no jornal que até é agradável de se ler, mais barato que o Expresso e realmente muito eclético, tal como o seu director anunciou, vezes sem conta, nas últimas semanas, na grande campanha publicitária que lhe fez. Aliás passa-se da política à cozinha num ar que lhe deu. Enquanto folheamos as páginas vamos do Expresso à Cosmopolitan (e estou a ser generosa, podia ter dito Nova Gente) sem nos darmos conta e sem mudarmos de jornal.
Outro dos grandes cavalos de batalha de Saraiva era o segredo dos deuses que guardava no que dizia respeito aos colaboradores. Para além de ter dado emprego à família Portas, bem como a Margarida Marante, tem entre os seus colaboradores, no geral pessoas de mérito, que eu aprecio, mais que não seja pela sua inteligência, tem entre os seus colaboradores, dizia eu, uma escritora de romances de cordel. Margarida Rebelo Pinto de seu nome que, Sei Lá, não me perguntem porquê, porque nestas coisas Não Há Coincidências, é alguém com quem eu simplesmente embirro. Não a conheço pessoalmente, claro está, não a posso julgar enquanto pessoa, que até será amiga do seu amigo, uma gaja porreira e tudo, e tudo. Mas como escritora acho-a, simplesmente, asna. A sua única inteligência foi descobrir um veio literário que se vende muito na Linha e que lhe permitiu fazer umas boas coroas. Não é que eu seja uma intelectual de gema, mas bolas! gosto que os escritores me espevitem a inteligência, me puxem pelos neurónios, me façam sentir menos inteligente do que o que eu pensava ser. Em suma, gosto de ser massacrada pela leitura, no bom sentido, claro!
Ora a nossa querida amiga Margarida, que até hoje só soube escrever romances de amores falhados (pelo menos os dois que eu li) vem através do Sol, falar-nos de sexo. Sim senhor, de sexo! Sabendo que a base de qualquer relação, quer queiramos, quer não, por muito românticos que sejamos, é o sexo eu só quero ver como é que esta boa conselheira, que até hoje matou não se sabe quantas relações em forma de livro, nos vai dar as boas novas do sexo. Portugueses, tende cuidado.
Resumo: Não comi quase nada ao jantar, não que o arroz não estivesse bom, estava óptimo, mas porque me empanturrei de pão e azeitonas temperadas com limão, alho e tomilho (outra das minhas especialidades) enquanto o preparava.
setembro 13, 2006
setembro 11, 2006
É preciso não esquecer e sobretudo combater
No dia em que faz cinco anos que estávamos todos colados à televisão completamente incrédulos com as imagens reais transmitidas, até aqui típicas de qualquer filme catastrófico holliwoodesco, é importante relembrar o quanto o mundo mudou. É preciso recordar que todos estamos implicados nesta mudança e que também nós podemos fazer algo para combater esta nova forma de guerra, sem território nem exércitos fardados, sem hora marcada nem tréguas.
Terrorismo no dicionário define-se como: “modo de impor a vontade por meio da violência e do terror”. Uma vez que não me incluo nesse formato, nem será pelos mesmos métodos do adversário que tentarei combatê-lo, tento fazer o que está ao meu alcance, sem efeitos colaterais. Hoje parece-me um bom dia para deixar a minha assinatura no Tomarpartido, como acto de protesto para todos e quaisquer tipos de terrorismo.
setembro 01, 2006
Uma árvore inundada de betão
A vida é feita de pequenas coisas às quais nos aconchegamos, como a uma colcha de lã no Inverno. Com um gesto não pensado, mas instintivo, puxamo-la para cima das pernas quando o frio nos desconforta. Coisas, objectos da nossa envolvente, com os quais nos cruzamos diariamente e que imaginamos, inconscientemente, não fazerem parte de nós. Que estão ali, simplesmente, porque é ali o seu lugar. Porém, no encalço de algo mais para além do que verdadeiramente existe, apercebo-me que aqueles objectos ali depositados no meu trajecto de vida, de dia-a-dia, fazem de facto e sem qualquer incerteza, parte do meu ser. Senão, não sentiria esta tristeza autêntica, por ter visto ontem a ser delapidada, tronco a tronco, ramo a ramo, folha a folha, seiva a seiva, uma das árvores que eu mais admirei neste trajecto de vida. Uma árvore centenária, ou talvez até milenar. Quem sabe? Uma árvore solitária no meio do betão da cidade que, provavelmente, não suportou mais o isolamento e as suas raízes desistiram de procurar sustento.
Morreu de pé, na sua majestade e de pé foi a enterrar.
Morreu de pé, na sua majestade e de pé foi a enterrar.
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