((Hoje no dia dos meus anos, até podia ter escrito um texto diferente. Podia ter abordado um tema que tanto amo: os meus filhos, ou falado nas coisas simples da vida que tanto me apaixonam, mas ao invés disso, apeteceu-me escrever sobre a minha condição humana, sobre as minhas fraquezas, as minhas dúvidas, os meus medos, a minha incapacidade de amar para além do amor incondicional que tenho nas duas criaturas maravilhosas que trouxe a este mundo. Eu, que sempre fui uma apaixonada inconsequente, que sempre me entreguei ao amor, que sempre dei tudo o que tinha, e que tanto sofri nestes últimos anos. Afinal a vida é mesmo como alguns descrevem, é um vulcão quente no qual o gelo se vai instalando.))
Não me acho uma diva, nem mesmo uma estrela descendente. Tenho uns quilos a mais, sou roliça, portanto (um nome simpático para chamar às gordinhas). Talvez tenha dois dedos de cara e mais uns de testa, o que nem sempre é fator de vantagem no mundo feminino versus masculino. Dizem que os homens preferem as burras, as que não fazem muitas perguntas e que os fazem sentir mais espertos.
Não me acho uma diva, nem mesmo uma estrela descendente. Tenho uns quilos a mais, sou roliça, portanto (um nome simpático para chamar às gordinhas). Talvez tenha dois dedos de cara e mais uns de testa, o que nem sempre é fator de vantagem no mundo feminino versus masculino. Dizem que os homens preferem as burras, as que não fazem muitas perguntas e que os fazem sentir mais espertos.
Talvez assim seja, talvez não. Conheço dos dois géneros, mas confesso que esses estão em maioria. (Provavelmente não me ando a dar com as pessoas certas... o que me faz também reflectir sobre a vida, mas tudo isto daria lugar a outro post a roçar a filosofia...).
Seja como for, parece que agrado. Dizem. Por vezes, sinto-o.
E a verdade é que não falta escolha na selva que se esprai pela vida de uma mulher livre.
A questão está precisamente aí, na escolha. Aí se desenvolve o problema de saber com quem queremos gastar o nosso tempo tão precioso a partir dos 40, sem o desperdiçar. Momentos de qualidade, a partir de uma certa idade, são ouro, são diamantes bem esculpidos. E como já dizia a loura sexy: "diamonds are a girl's best friend".
E a questão mor, que se sobrepõe a todas é: será que quero mesmo gastar o meu tempo com conversas futeis, dissimuladas, conversas de engate mais que gastas que me enjoam e me fazem pensar que provavelmente estaria melhor se tivesse queimado os soutiens e me tivesse virado para o lado mais másculo do mundo feminino?? Não tenho resposta...
Basta um sorriso, basta uma conversa simpática para o nosso "opositor" partir do principio que a coisa "está rolando". Não interessa se a conversa é boa, se é interessante, se até tenho opinião, se o que digo faz sentido. Interessa que estou ali disponível para conversar e portanto, à partida, de acordo com o raciocinio masculino, interessada!
Por isso me fiz tão pedra, por isso me fechei tão apertado, por isso deixei de acreditar no amor, na paixão, no romance e em tudo o mais que rodeia aquilo que eu hoje acho (sinto) que é o "nojo" do amor.
Desisti. Já não existem histórias de amor.
Eu própria sou o problema, bem o sei. Eu própria o alimento.
Por muito que no sonho imagine um romance e um amor desmedido como já tive, não consigo libertar-me e dar-me para que isso aconteça.
Sim, é preciso darmos muito de nós próprios. É preciso perder o orgulho, ser humilde e abrir o peito para deixar entrar o calor do sentimento.
O que acontece é que a quem em vez do sentimento entrou gelo, fica com uma cicatriz de memória que não lhe permite abrir-se sem ser a força de escopro, de martelo batido com punho de aço e muito calor para derreter a dor instalada.
E assim, fechada como uma concha, penso que talvez a pedra não ceda, o vidro não quebre, a pérola não estale e eu consiga aguentar sem sofrer mais uma e outra vez. Talvez assim alcance uma felicidade sonhada, sem luta, sem ansiedade, sem arrependimento, sem dia seguinte.
O problema é a p*** da testosterona que se infiltra em todo o lado, tal como deus nos espaços mais impenetráveis quando chamamos por ele. E é ela que me faz acreditar que afinal sou humana e não consigo sobrepor-me a esta minha humanidade. E por muito que o texto atrás até possa fazer sentido, a verdade é que em oposição também penso, e provavelmente mais vezes, que os anos passam, não fico mais nova, como dizia o outro, and life is too short to be wasted!
Não foi há muito tempo que comecei a ter umas reflexões matemáticas que se aplicam à vida, e que resultaram no seguinte: daqui a 8 anos tenho 50, a menopausa e uma libido menos ativa. A testosterona passa a testosteronazinha. Não é uma equação que me agrade, mas é o resultado da sua resolução. E isso meus amigos, é que não pode ser!
Não que eu pense que o desejo é o mais importante na vida, mas é algo que nos aquece e nos faz lembrar que o sangue ainda circula.
Por isso, mais do que tudo e sobretudo neste dia, celebremos a vida. Continuemos a ter esperança que o amor ainda existe, anda para aí dissimulado em paixonetas de romance de cordel à espera que alguém escreva a verdadeira obra prima que dará direito a Nobel ou até só a Saramago, mas que será premiado pela história que contém.
Vou vivê-la, até já!E assim, fechada como uma concha, penso que talvez a pedra não ceda, o vidro não quebre, a pérola não estale e eu consiga aguentar sem sofrer mais uma e outra vez. Talvez assim alcance uma felicidade sonhada, sem luta, sem ansiedade, sem arrependimento, sem dia seguinte.
O problema é a p*** da testosterona que se infiltra em todo o lado, tal como deus nos espaços mais impenetráveis quando chamamos por ele. E é ela que me faz acreditar que afinal sou humana e não consigo sobrepor-me a esta minha humanidade. E por muito que o texto atrás até possa fazer sentido, a verdade é que em oposição também penso, e provavelmente mais vezes, que os anos passam, não fico mais nova, como dizia o outro, and life is too short to be wasted!
Não foi há muito tempo que comecei a ter umas reflexões matemáticas que se aplicam à vida, e que resultaram no seguinte: daqui a 8 anos tenho 50, a menopausa e uma libido menos ativa. A testosterona passa a testosteronazinha. Não é uma equação que me agrade, mas é o resultado da sua resolução. E isso meus amigos, é que não pode ser!
Não que eu pense que o desejo é o mais importante na vida, mas é algo que nos aquece e nos faz lembrar que o sangue ainda circula.
Por isso, mais do que tudo e sobretudo neste dia, celebremos a vida. Continuemos a ter esperança que o amor ainda existe, anda para aí dissimulado em paixonetas de romance de cordel à espera que alguém escreva a verdadeira obra prima que dará direito a Nobel ou até só a Saramago, mas que será premiado pela história que contém.