Os estudos divulgados, ocasionalmente, na comunicação social deixam-me sempre perplexa pela tentativa de "impacto" expressa na forma como são eleitos os títulos para os referidos artigos. Hoje o Expresso dá-nos conta de um estudo que revela que os trabalhadores estão a desenvolver um vício febril pelo correio electrónico, afirmando que alguns trabalhadores gastam metade de um dia de trabalho a gerir a sua caixa de correio.
(Título do artigo:Estudo sobre trabalhadores europeus revela:
Correio electrónico vicia)
No entanto, clicando no link que nos leva ao texto completo do artigo verificamos que: "A maior parte, 54 por cento, começa a consultar as mensagens antes da hora de trabalho, alguns consultam-nas na hora do almoço, enquanto que 30 por cento prefere vê-las depois de cumprido o horário de trabalho"
(Tudo bons rapazes, que se ocupam do correio fora das horas de expediente! Logo, onde é que está a metade do dia de trabalho dispendida nesta tarefa?).
Analisando também a palavra vício podemos concluir que a escolha não foi a mais feliz uma vez que, e segundo o mesmo artigo:
"A Symantec assinala que o correio electrónico deixou de ser um simples meio de comunicação, para passar a ser uma ferramenta crítica de negócio, sendo utilizado por três quartos (74 por cento) dos inquiridos para marcação ou confirmação de reuniões, por 62 por cento para a gestão de contactos, por 74 por cento para a pesquisa de documentos e por 46 por cento para delegação de tarefas".
(OK, poderá ser vício, mas a palavra vício, por si só, tem uma conotação negativa, e no referido artigo fala-se de "ferramenta crítica de negócio. Logo, vício saudável e recomendável!).
O que me leva a acreditar cada vez menos nos resumos das notícias e a clicar mais vezes no link do texto completo.
É que podem não acreditar, mas hoje estou sem e-mail e cheia de tremeliques, o que me levou a pensar, ao ler o resumo do artigo, que estaria já a desenvolver uma reacção ressacosa do facto de não poder aceder ao mesmo!!
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